por Humberto
Baraldi
No Brasil, os produtores
de queijo e derivados se deparam com uma dificuldade: o país consome pouca
quantidade de laticínios. Pesquisas apontam que cada brasileiro ingere apenas 3
quilos de queijo ao ano, enquanto na Argentina, por exemplo, esse número chega
a 13 quilos. Para enfrentar um mercado, caracterizado pelo número de oferta
superior ao da procura, algumas empresas necessitam se especializar cada vez
mais. Em entrevista ao Gastronomia & Negócios,
Ingrid Feliciano, analista de produtos da Tirolez, revela segredos que mantém a
empresa entre as melhores do ramo, desde a captação de leite até o atendimento
ao cliente.
Há exatos 30 anos, especificamente em 1980, dois irmãos engenheiros de origem
suíça, Cícero e Carlos Hegg, resolveram investir na
produção de queijo prato e compravam uma pequena fábrica em Arapuá, Minas
Gerais. Na época, apenas cinco pessoas davam conta da produção dos produtos.
Porém, o negócio deu tão certo, que os Hegg iniciaram
a produção do Minas Frescal,
queijo de massa crua que exigia maiores cuidados no processo e na obtenção da
matéria prima, o leite. E pronto, o sucesso foi garantido.
No final da década de
Hoje, a marca figura como uma das principais empresas laticinistas e produz mais de 60 tipos de queijos, que
estão divididos em cremosos, frescos, defumados, especiais, fatiados e institucionais,
além da fondue. "Apesar da variedade, ainda hoje o queijo que mais
comercializamos é prato", sublima a analista Ingrid Feliciano.
A marca investe ainda em produtos que atendem às atuais necessidades dos
consumidores de nutrição e saúde, sem abrir mão do sabor, como o Creme de
Ricota e a linha de produtos Light. "A Tirolez foi pioneira no lançamento
do creme de ricota no país. Hoje, é um dos produtos mais procurados pelos
consumidores", ressalta Ingrid.
Há alguns anos a empresa resolveu investir também no mercado externo e
atualmente exporta produtos para países da África, Oriente Médio, América do
Sul e Ásia. "Lá fora, o queijo prato também se destaca", lembra a
analista de produtos.
Por dia, a Tirolez utiliza cerca de 450 mil
litros de leite. E a preocupação com esta matéria-prima é grande, tanto que
diariamente veterinários e técnicos visitam os fornecedores da bebida. "A
Tirolez não conta com fazendas próprias. Nós incentivamos a pecuária familiar e
captamos o produto de pequenos produtores", conta Ingrid. Para manter a
qualidade final dos produtos, a Tirolez fornece
treinamento aos produtores e o leite passa
por um rigoroso teste de qualidade antes de chegar na
fábrica.
Ao todo, a empresa possui cinco fábricas, sendo três no triângulo mineiro, uma
no interior de São Paulo e uma
A empresa do setor de queijos, com sede
Ao longo de sua história, a Tirolez sofreu apenas com a crise do início dos
anos 90, quando houve a abertura do mercado para empresas internacionais. Para
Ingrid a principal dificuldade hoje é tranmitir para
o brasileiro que o queijo não é apenas uma guloseima e sim um alimento, rico em
proteínas e cálcio.
Fonte:
Gastronomia & Negócios