Lácteos e Alternativas – O surgimento de alternativas ao leite parece não ter fim. De acordo com o MarketsandMarkets, em 2020 o setor foi avaliado em US$ 22,6 bilhões e foi projetado chegar a US$ 40,6 bilhões em 2026, com taxa de crescimento composta (CAGR) de 10,2%. 

O crescimento significativo pode ser atribuído à mudança do estilo de vida dos consumidores, preocupações com a sustentabilidade e aumento dos níveis de intolerância à lactose.

Em uma comparação direta, a Mordor Intelligence prevê que o mercado global de lácteos terá CAGR de 5% entre 2020-2025. O mercado de lácteos continuará andando em um passo menor do que seus concorrentes de origem vegetal, e será impulsionado pelo aumento populacional e consumidores preocupados com a saúde que buscam os nutrientes e vitaminas encontrados nos produtos lácteos.

A inovação na categoria de alternativas aos lácteos é abundante e a variedade de produtos agora disponíveis abriu caminho para diversas opções de consumo. Com muitos flexitaristas optando por uma combinação de laticínios e produtos com base vegetal, existe potencial para crescimento e desenvolvimento nos dois mercados.

A equipe do World Dairy Innovation Awards (Concurso Mundial de Inovação em Lácteos) compara o crescimento do mercado com ofertas inovadoras de lácteos tradicionais e alternativas.

Leite e leites alternativos

O mercado de alternativas ao leite de origem vegetal está em alta. Do leite de soja a amêndoa, aveia e caju, a maioria das cafeterias agora oferece uma ampla gama de alternativas de leite de origem vegetal.

No ano passado houve grande desenvolvimento de produtos vegetais substitutos ao leite de marcas globais, pequenas empresas e também start-ups. Os novos lançamentos da linha vegetal vão desde o leite Protein Oat da Califa Farms’, até marcas como Shaken Udder, que lançou o milkshake de base vegetal Shaken Other.

De acordo com a Global Market Insights, o mercado de leites vegetais superou US$ 12 bilhões em 2019 e estima CAGR de 11% entre 2020-2026. Em comparação direta, o relatório da Research and Markets de 2020 sugere que o segmento de lácteos da indústria de laticínios mundial deve ter um CAGR de 3,1%, chegando a 2027 em US$ 172,5 bilhões.

Muitas marcas de lácteos adaptam suas ofertas para atender à demanda dos consumidores que procuram alternativas vegetais, gerando mais inovações na categoria leite. Nestlé, Danone e Fonterra estão entre as principais líderes mundiais da categoria que optaram por ir ao encontro da demanda dos consumidores com inovações alternativas. A Nestlé, por exemplo, introduziu cremes não lácteos à sua linha Starbucks em julho do ano passado.

Uma significativa porção da categoria é reservada para híbridos à base de lácteos/vegetais, como o leite com chocolate da Sharmrock Farms, que combina leite e ingredientes vegetais. Os produtos híbridos são voltados para aqueles que são curiosos por conhecerem as opções vegetais, mas querem os benefícios para a saúde e o sabor do leite de verdade.

Uma outra área importante da inovação é o leite baseado em células. Em dezembro de 2020, a firma de biotecnologia Turtle Tree Labs conseguiu um financiamento substancial para produzir leite. Bem recebido por sua capacidade de reduzir significativamente a pegada de carbono da indústria, ao mesmo tempo em que atende às questões de longo prazo em torno da resiliência alimentar, o leite à base de células pode oferecer uma solução para consumidores que desejam o sabor e os benefícios do leite, em um produto que atenda seus princípios éticos e ambientais.

Queijos e queijos alternativos

Em 2019, o mercado global de queijos de leite foi de US$ 69,7 bilhões e a expectativa é atingir US$ 112,8 bilhões em 2025, com CAGR de 8,4% de 2020-2025. Em comparação direta, o relatório GrandViewResearch prevê que o mercado global de queijos de origem vegetal que foi avaliado em US$ 1,01 bilhões em 2019, terá um CAGR de 12,8% entre 2020-2027.

A área de grandes oportunidades de inovação para os queijos de leite é a de "petiscos'', dada às mudanças no estilo de vida do consumidor procurando por opções mais convenientes. Alguns exemplos de novos lançamentos de produtos incluem o Strings & Things da Kerry Foods, com petiscos de queijo com temas sazonais e as porções únicas das forminhas de cheesecake da Philadelphia.

De sabores nítidos e texturas cremosas, recriar o apelo sensorial do queijo de leite, há muito tempo é um desafio para os inovadores dos produtos à base de vegetais. Apesar disso, vimos uma infinidade de inovações chegar às prateleiras nos últimos anos.

A empresa de alimentos de origem vegetal, Forager Project, recentemente lançou uma nova linha de queijos sem leite, feita com iogurte de leite de caju. Enquanto isso, a ParmCrisps entrou no mercado de lanches com suas batatas fritas de queijo à base de plantas feitas com queijo 100% sem leite.

Além disso, a líder do mercado de queijos Bel Brands USA, introduziu sua primeira marca de queijo, exclusivamente vegetal, Nurishh em março de 2021. Cada inovação fornece ao consumidor variadas opções de produtos de origem vegetal, ajudando a tornar as alternativas aos queijos mais acessíveis.

Um dos principais indutores da inovação de queijos de origem vegetal é a necessidade de atender os consumidores intolerantes à lactose. De acordo com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, cerca de 65% da população mundial têm dificuldades para digerir a lactose, o que representa um público-alvo grande.

Embora o mercado de queijos vegetais atualmente valha menos do que o mercado global de queijos lácteos, o crescimento previsto é alto e o futuro parece promissor.

Iogurte e iogurtes alternativos

A categoria de iogurte teve grandes avanços nos últimos anos. O mercado global de iogurte foi avaliado em US$ 115,4 bilhões em 2019 e a expectativa é de que o CAGR será de 10% de 2020-2027, de acordo com o Coherent Market Insights.

Produtos funcionais que alegam benefícios como ajuda ao sistema digestivo e melhoria da imunidade estão em alta no mercado. No último ano a Biotiful Dairy lançou o iogurte de culturas de kefir ‘light and fruity’ que promete melhorar naturalmente a imunidade e a saúde intestinal. Enquanto a Rasio adicionou baunilha à sua marca Benecol de bebida de iogurte, para ajudar na redução do colesterol.

Semelhante à categoria dos queijos, o crescimento do consumo de alimentos embalados que impulsionou a inovação em petiscos, também chegou à categoria de iogurtes. A Clio Snacks, por exemplo, criou uma linha de barras de iogurte com baixo teor de açúcar, oferecendo um lanche sem culpa e uma sobremesa melhor para você. Com consumidores ocupados esperando manter um estilo de vida saudável, ofertas com baixo teor de açúcar ou sem açúcar são e continuarão sendo a maior área de inovação nos petiscos lácteos.

Enquanto isso, de acordo com o relatório da Grand View Research, o mercado mundial de iogurte vegetal foi avaliado em US$ 1,6 bilhões em 2019, e a expectativa é de que o CAGR de 2020-2027 seja 18,9%. Crescimento superior a qualquer outra categoria de laticínios ou mesmo dos produtos de origem vegetal, com um potencial de inovação sensacional.

Garantir que as ofertas à base de vegetais atendam às mesmas demandas funcionais dos iogurtes lácteos é um grande desafio para os inovadores.

Ainda assim, a categoria tem feito lançamento de muitos produtos, desde o Probiotic Foods da Nancy, uma linha de probióticos de iogurte de soja ao So Delicious Dairy Free da linha de iogurtes cultivados de leite de coco. Todas estas inovações estão em linha com o crescimento da demanda por alimentos funcionais e opções convenientes pré-embaladas.

Em trajetória similar para as categorias de queijos e leite, agora grandes indústrias de laticínios entram no segmento de vegetais. A Danone lançou recentemente o produto alternativo Silk Kids Almondmilk Yogurt, com o objetivo de resolver os desafios na nutrição infantil, que foram ressaltados durante a pandemia de Covid-19.

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