Mão de obra - Nos últimos anos estamos vivendo um movimento de redução da população. Seja por conta da pandemia (no Brasil tivemos 684 mil mortes, segundo Ministério da Saúde) ou simplesmente por conta da diminuição da taxa de natalidade, o fato é que a população está diminuindo e envelhecendo. 

Nesse contexto, a atividade pecuária sente diretamente esses efeitos, pois, significa que menos jovens farão parte da força de trabalho e, somando à migração do campo para a cidade (entre os censos agropecuários de 1996 e 2017, houve queda de 1,4 milhão de pessoas ocupadas na agricultura brasileira), temos uma redução drástica de mão de obra no campo.  

Uma das soluções encontradas foi a automação no setor.  Levantamento feito pela Embrapa mostra que a maioria dos produtores entrevistados ressalta a necessidade cada vez maior do uso das tecnologias digitais para, principalmente, a obtenção de informações e planejamento das atividades da propriedade (67,1%) e o gerenciamento da área rural (59,7%). 

Entre os resultados buscados pelo produtor rural estão a eficiência nos processos, qualidade do trabalho e, consequentemente, do produto final, sustentabilidade do sistema produtivo e ainda vantagens para o consumidor, uma vez que, com uma operação mais rentável, um produto de maior qualidade e mais sustentabilidade na cadeia produtiva será entregue e quem ganha mesmo é o consumidor final, que terá a sua disposição um produto de alta qualidade e melhor aproveitamento da matéria-prima. 

Olhando para o setor de laticínios, vemos como a automação vem influenciando no cenário. Dados divulgados pelo IBGE, mostram que apesar da grande redução do rebanho, a produtividade vem subindo ligeiramente.  

Fonte: IBGE 

Fatores como a seca, o crescimento do abate e o recorde na exportação de carne bovina contribuíram para a redução no efetivo bovino. De acordo com os dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada hoje pelo IBGE em 2018, as principais reduções foram nas regiões Sul (-3,3%), Sudeste (-1,2%) e Centro-Oeste (-0,4%). 

A relação entre a diminuição do rebanho (entre 2014 e 2020 foi de 40%) e a estabilização da produção de leite (observando o mesmo período foi, em média, de 35.000.000 litros) evidenciando o aumento da produtividade do setor. Isso mostra como os produtores vêm se adaptando às mudanças relacionadas à mão de obra e ainda otimizando seus processos e resultados.