Ranking dos Laticínios - Segue análise da pesquisa anual do Ranking das Maiores Empresas de Laticínios do Brasil, em sua 24ª edição, que nos proporciona excelentes informações sobre as principais empresas do setor lácteo nacional. Em 2020, foram coletados dados de 12 empresas participantes. Fonte dos dados: ABRALEITE, CNA, OCB, VIVA LÁCTEOS, EMBRAPA/Gado de Leite e G100.
Os dados da pesquisa indicam que as empresas do ranking coletaram cerca de 29% do total de leite adquirido pelas indústrias brasileiras em 2020, queda de cerca de 2% em relação a aquisição do ano anterior (Tabela 1).
As empresas que participaram da pesquisa são as mesmas do ano passando com exceção da Aurora, e apresentaram um aumento de 4,2% na recepção total em relação a 2019, somando um valor de 7,48 bilhões de litros captados.
Este crescimento de 4,2% supera o crescimento de aquisição de leite registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foi de 2,1% em relação a 2019.
Gráfico 1 – Série histórica (2010-2020) da porcentagem de representação de captação formal de leite das empresas participantes do Ranking em relação ao total de leite adquirido no Brasil de acordo com o IBGE.
Os dados da pesquisa produzem indicadores importantes, como:
Neste ano, observamos a perda de liderança da Nestlé para o Laticínios Bela Vista (Piracanjuba). A Piracanjuba - 1º lugar este ano – obteve um total de 1,79 bilhões de litros, grande aumento de 23,3% em relação a 2019.
Gráfico 2 – Comparação do volume captado pelas empresas participantes do Ranking em 2019 e 2020.
A Nestlé vem reduzindo seu volume de compra desde 2018, na contramão da média geral. De 2018 para 2019 reduziu em 8,3% o volume de recepção, mesmo assim, garantiu a liderança no pódio, fato que não se observa em 2020. De 2019 para 2020 obteve uma redução anual de 13,8% de seu poder de compra e perdeu a liderança ficando em 3º lugar no 24º Ranking das Maiores Empresas de Laticínios em 2020.
Fato que fez com que a UNIUM subisse uma posição, ficando em 2º lugar com uma captação de 1,29 bilhões de litros (aumento de 3,3%). A empresa representa as cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, todas situadas no Paraná. Isto pode ser observado também no aumento do volume de leite captado pelas Unidades da Federação, de acordo com a Pesquisa Trimestrais do Leite realizada pela IBGE, na qual o Paraná aumentou sua captação em mais de 172,5 milhões de litro, estado em que se situa as cooperativas da UNIUM.
Gráfico 3 – Série histórica da média diária de leite por produtor Ranking 2010 - 2020 (litros/dia)
A pesquisa mostrou que a média diária do produtor de leite dessas indústrias aumentou 2,8% em relação a 2019, passando de 467 litros de leite diários para 480 litros. Fato interessante de se observar é que a Nestlé, que perdeu duas posições este ano, diminuiu em 29,5% seu número de produtores de leite enquanto a Piracanjuba, líder do ranking, aumentou em 12,9%.
Isto mostra um forte aumento no número de produtores de leite que entregam sua produção para Piracanjuba (aumento de 1078 produtores), e ao mesmo tempo reduz em 0,3% a média diária de leite por produtor desta indústria.
Enquanto a Nestlé, perdeu 619 produtores de leite que entregavam sua produção diariamente, aumentando em 10,2% a média diária de leite por produtor em relação a 2019.
Gráfico 4 – Série histórica do número total de produtores de leite que fornecem para as empresas do Ranking 2010 - 2020 (litros/dia)
Como observado nos outros anos, as empresas em média têm reduzido o número de produtores que fornecem sua produção e aumentando o volume diário por produtor. O que chama a atenção para Frimesa que teve um aumento de 24,4% no número de seus fornecedores saindo da 12ª posição e ficando em 9ª em 2020.
Além do ranking, existem as empresas que não deram informações e que representam os outros 71% do total de leite adquirido sob algum tipo de fiscalização. Mostrando um setor bem pulverizado, onde grandes empresas detém a maior parte de processamento enquanto pequenas e médias lutam por uma pequena parcela.
Não podendo deixar de fora, a pandemia do Covid-19, iniciada em março de 2020 no Brasil, que foi marcada pela variação na demanda por produtos lácteos influenciadas pelas restrições impostas por conta do isolamento social e, também, pela valorização do preço do leite acompanhado pelo aumento nos custos de produção do setor.
>> Acesse aqui a Tabela completa com todas as informações do 24º Ranking dos Laticínios -2020